sexta-feira, 21 de janeiro de 2011













ynIa]

Seguindo o meu caminho,
comando a roda da vida,
senhor de meu destino.
Sou guerreiro medieval,
cavaleiro feito andante,
herói de uma donzela
maltratada e esquecida
a que chamamos Terra,
a quem devemos a vida.
Combato a iniquidade,
a injustiça e a maldade...
Sou a espada que cerceia
os gritos angustiados dos pobres,
dos que nada têm...
sou a mão que se estende
para amparo do indigente,
sou alimento do faminto
e água para o sedento.
Sou o sumo, a essência,
carrego o sagrado, o profano,
sou senhor, paladino da decência,
guardião das portas da inocência,
sou homem, e por isso, ufano
de ser Deus e ser Humano.
Sou o amanhecer radioso
e o ocaso ditoso,
o ontem já passado
e o amanhã sempre adiado...
sou sussurro, sou grito,
sou rugas de dor sulcadas
na face dorida da vida.
Sou a sabedoria infinita,
o conhecimento supremo...
a análise sempre dorida
de uma dor infligida.
Sou o silêncio do cosmos,
a palavra do Universo,
intensa e infinita...
sou o grito sussurrado
da existência, do ser...
Tenho o mundo,
o universo...
a palavra
e o silêncio...
E, de posse do que é meu,
tomo as rédeas da vida,
e sigo o meu caminho.

António Castel-Branco
Sintra, 12/02/2006

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