Poesia de Amigos


Poetas e amigas

Zelisa Camargo, Ciducha, Zilca, Penhah Castro, Ceres Marylise




Junta como ninguém as emoções e as letras...
Amiga maravilhosa e leal.
Eis a linda Ceres.

 







Proibida
Ceres Marylise

AMANHECE...
Cessam as notas musicais no bar,
depois de fria e longa madrugada.
Ela acende um cigarro distraída,
desenha um longo suspiro
que lhe dói no coração,
e sai, a olhar o sol crescer.

ENTARDECE...
Ela limpa suas feridas,
perdeu seis das sete vidas,
entre as sombras de um bordel:
vende o corpo sem recibo
aos vampiros de carícias,
quando chega o anoitecer.

ANOITECE...
Rompe com gritos a noite
e só seu eco responde.
O bruto paga com droga
e em seus olhos humilhados,
o vazio de mais um encontro,
sem respeito e sem carinho.

PROIBIDA...
e perdida entre as esquinas,
labirintos sem saída
lhe bloqueiam as frágeis forças.
Sobre as bordas do abismo
novamente ela caminha:
deve muito à cafetina.













 
Insignificância

Ceres Marylise

Quando eu souber encontrar-me nos sorrisos,
nas gotas de cristal que caem da chuva,
nas duras pedras encobertas por neblina,
no sol, nos pássaros e também na brisa;

Quando tudo aos meus olhos for inerte,
já sem forma, sem cor e bem distante,
e eu penetrar qual anjo nos mistérios,
que em silêncio caminha entre as sombras;

Quando eu olhar para dentro de mim mesma
e aos caminhos do cosmo tão diversos,
serei como um potente microscópio
que enxerga longe em invisíveis universos...

Enfim entenderei minha insignificância,
darei lugar ao amor sobre-humano
e abraçarei a todos como irmãos:
às feras, aos mendigos e às crianças.

Livrar-me-ei do egoísmo e da vaidade
e humilde beijarei a cada espinho,
retirando piedosa minhas sandálias
pra não ferir as pedras do caminho.





Amiga sensivel e alegre,
apaixonada pela vida.
A sempre linda Penhah


 


VAZIO...
By Penhah Castro


No seu mar imenso -
o meu vazio sem fim...

No seu conformismo -
a discórdia de todo o meu ser...

Na sua fingida alegria -
toda a realidade da minha tristeza...

No seu amanhã -
a desesperança do meu hoje....

Na sua máscara de sorriso
- minhas noites de lágrimas...

Nas suas "doces"palavras
- todo o amargor das minhas horas...

Na sua chegada
- o desgaste da sua presença...

Na sua partida
- a esperança de um voltar feliz...

Na minha procura
- encontro a barreira do seu ser...

Nos meus carinhos puros
- a pedreira do seu corpo...

No calor dos meus afagos
- a indiferença da sua frieza...

Na minha ânsia de agradar
- as suas desculpas infundadas...

No meu inteiro doar
- seu sofrimento encapado por esta pseudo-felicidade...

Acorda!
É tempo de renovação!
É tempo de transformar sonhos em realidade!
Aprendemos com muita dor ,
mas uma vez aprendida a lição,
poderemos embarcar felizes
no presente da vida!




SILÊNCIO OPORTUNO....
by Penhah Castro

Silêncio oportuno
que faz do meu interior
um mundo de boas sementes ...
Onde somente o bem é o Senhor...

Silêncio profundo
que me deixa escutar
as maravilhosas lições
 que minha alma quer me dar...

Silêncio benvindo
que me faz refletir
sobre a missão que escolhi
e, que devo seguir...
 

Silêncio que me cura
das dores que precisei sofrer
dos amores que tive que esquecer
e, que renova a esperança de um novo viver...






Senhora das letras, vivendo no amor,
amiga preciosa, assim é a Zilca






Pétalas do amor
Zilca P. Tricerri


Confesso ter pensado, em desistir
de sonhar e até  mesmo viver,pois não
tenho mais os teus carinhos e aquele meigo
olhar que não esqueço um só segundo...

Com a mente iluminada pelo amor
cheguei a conclusão, estou viva... e
como tal, transformarei em flores o teu
amor ausente, e o perfume de suas

pétalas, será a tua presença em mim...
Mais uma vez, o nosso amor  foi a
causa de um não desistir...


Zilca P. Tricerri
22/09/07









E assim....
Zilca Tricerri
  
Tudo à minha volta mudou,  até
o meu eu, não é mais o mesmo...
Fugi de mim e ainda não me achei

Trago lembranças no peito que se
transformam em rios de lágrimas as
quais, são apenas recordações de
  
uma vida que se esvaiu ao vento
cuja a alma, cria asas e flutua por
santuários da lua à procura do amor

E assim, continuo flutuando na
ausência daquele a quem tanto amo
levando comigo, a saudade que
o mantém vivo no meu coração


Zilca  Tricerri
05/02/08
Porto Alegre/RS






Carinho e ternura em forma de Mulher!
Eis a querida amiga Ciducha.


 





Você nunca irá encontrar...

Ciducha


Não... você nunca irá encontrar,
por mais que tente e procure,
nesta e em todas as nossas vidas,
alguém que te ame assim,
tão intensamente quanto eu!

Não se trata de ser mais, ou menos amor.
Eu me entreguei sem reservas,
sem conluios com a própria sorte,
sem temer a vida ou a morte,
eu te amei assim...
Desse jeito meu, só meu!
E ninguém vai te amar mais do que eu!


Ninguém vai te entender e esperar,
tanto quanto eu...
Não se trata de obrigá-lo a nada.
Você sempre fez o que quis, e eu
pacientemente esperei
por cada volta sua, por cada retorno...
Para vê-lo partir novamente,
como os barcos no oceano,
como os grandes ventos e tempestades...
A diferença era só o temor,
que por você, é simplesmente amor!


Mas não faz mal... estou aqui!
Quando sentir falta de mim,
quando a saudade bater,
tanto quanto bate aqui,
no meu coração...
eu sei que voltará.
E me trará de novo, a paixão!
Eu espero... aqui,
bem aqui..
.













Ah... como eu queria!
Ciducha


Ah, como eu queria,
Ser a primeira novamente,
ser a marca do seu traço,
o passo do seu caminho
seu passado e seu presente!

Ah, como eu queria!
Ser o desejo forte
que se afoga em seu peito
meio sem tempo, sem jeito
em pensamentos de carinho.

Ah, como eu queria!
Só para mim,
esse amor de estranhos designios.
Mar sem horizonte,
oculto na névoa que o esconde;
tormentas. porém plácidas
sem ventos e ameaças
só correntes leves
deitando as águas
em nossas almas!

Ah... como eu queria!!


Publicado no Recanto das Letras em 27/07/2008
Código do texto: T1100522





Alma genuina, amiga, poeta...
Assim eu via a querida Zelisa (Zel)












Sou Assim
Zelisa Camargo

tempo não existe.
tempo é
o momento presente.
vivo num tempo estranho.
é noite
é dia
é tarde
eu nem mesmo sei.
vivo o meu tempo que é
vivo a noite silenciosa
vivo o amor que vem
nem sei o que vivo
nem sei se vivo
não sinto nada
não sinto tempo
não sinto a noite
sinto só o amor.
amor que vem em tudo.
na vida
nas flores
no tempo de ser
nem sei se penso
não vivo no mundo
não vivo no tempo
sou estranha
não sou do mundo
não tenho mundo
eu não existo
eu sou
eu não vivo
eu sinto
eu não penso
eu amo.
é loucura...
não...
é viver
é ser diferente
é ser simplesmente
é ser o que sou
e do jeito que sou
sou assim mesmo
sem pensar
e pensando em tudo
até na própria vida
mas...
fora do mundo
do tempo
e espaço...
sinto apenas o viver
e amo...
nada além ...
sou assim.

1970





Saudade
Zelisa Camargo

Saudade de doer.
Olhar o tempo e nada ver.
Procurar o tato e nada ter.
E querer chorar e nada pensar.
Saudade de doer...
E essa musica lenta que traz você.
É esse toque suave em seu rosto.
É esse olhar que se perde na imensidão.
É sentir-se aí e estar aqui.
É perceber e nada entender.
É ouvir sua voz sem som
Falando em minha alma.
Saudade de doer...
É querer voar e não poder
É querer findar e não conseguir
É querer ir, mas ter que permanecer
No aqui e agora, nesse momento de dor
Que lateja peito, que rasga alma.
É querer ir para casa, mas onde é nossa casa?
E porquê dessa saudade infinda?
Nada sei...
Apenas sentir,
Deixar as lágrimas descerem...
Dormir, acordar...
Aqui é terra ainda.
Sonhar...
E esquecer essa saudade de doer de você