domingo, 27 de março de 2011


poesia dedicada aos alunos do Agrupamento Ferreira de Castro,
na comemoração do dia da Poesia, da Árvore e da Floresta.

 


A ÁRVORE

Os sentidos adormecem
com um leve sussurrar
restaurando a energia
desse calmo restolhar.

Essa amiga que nós temos
que devemos preservar
que de noite nos protege
e de dia nos dá ar.

Se olharmos bem de perto
é como qualquer pessoa
tem os pés na terra assentes
e a cabeça numa boa.

Os ramos o céu procuram
e as folhas com ar risonho
dos orvalhos que cintilam
à procura do seu sonho,

raiadas de verde esperança
ou vestidas de mil cores
a todos nós dão alegria
sombra, sonho, mil amores.

António Castel-Branco
Sintra, 21-03-2011


terça-feira, 8 de março de 2011

Feliz Dia da Mulher



















Alma de Mulher

Maior que o tempo presente,
com ruas de amor sulcadas,
braços que enlaçam sementes
um dia do ventre brotadas,
cintila na orla do vento...
nas ondas do verbo que quer,
é água e é fogo e é vida
é a alma da mulher.

Gerada no ventre da terra
com aura de amor e de luz,
capaz de virar uma fera
ou tão frágil que seduz...
abarca em seu coração
um universo de querer,
a vida transporta em seu seio...
na sua alma, mulher.

Vestida de ondas de luz,
 coberta com rendas de estrelas,
desbrava ribeiros de sons
em veredas paralelas,
e busca versos de emoções
entre poemas de viver...
Eis o cerne, a essência,
duma alma de mulher.

António Castel-Branco 
in Jardim de Palavras

sexta-feira, 4 de março de 2011



FONTE DE VIDA

Na bela fonte de água cristalina
refrescam-se esses lábios tão sedentos
de sonhos orvalhados com unguentos
de amor cristalizados na retina.

Salpicos de paixão numa ocarina,
suspiros que se soltam num lamento,
são gotas luminosas que apascento
nas ondas de um rebanho de neblina.

E sem parar a fonte vai vertendo
líquida luz em lágrimas de cor,
para regar de um modo estupendo

os corações turvados pela dor.
E se afastando as trevas num crescendo,
jorra de vida a fonte desse amor.

António Castel-Branco
Sintra, 29/06/2006