domingo, 27 de fevereiro de 2011













 
Parabéns, meu amor!
                  
Na minha vida escura e solitária,
Entraste como um raio de paixão,
Aquecendo de amor meu coração...
Fundindo nossos seres numa ária.

Ansiando teu carinho como pária
Negado pelas castas da emoção,
Refém do teu sorriso (que visão!)
Brilhante como eterna luminária,

Mergulho na beleza desse olhar,
Nas vagas de doçura do falar,
Nas sombras do teu corpo sem idade...

E juntos, como um só, vamos seguir,
Sentindo o nosso amor sempre a fluir,
De nós só jorrará felicidade.

António Castel-Branco
Sintra
21/12/2006












Metamorfose

O mundo se transforma
em cada momento...
Nada do que fazemos,
por mais insignificante que seja,
deixa de ter impacto neste mundo...
É tempo de mudarmos,
de nossas acções ponderarmos,
de a vida glorificarmos.
É tempo de iniciarmos
a metamorfose de sentimentos,
de acções e acontecimentos...
É tempo de a fome saciar,
de em cravos as armas transformar,
de a miséria fazer desaparecer,
de em sorrisos a tristeza transformar.
É tempo de sementes de paz semear,
de sorrisos de amor distribuir,
de carinho e conforto partilhar
de a ninguém mais reprimir.
É tempo de saber tolerar,
de as diferenças olvidar,
de os inimigos abraçar,
de fazer a esperança florir.
É tempo de as lágrimas de dor secar,
de ao coração ferido amparar,
de ao nosso irmão acudir,
de fazer o amor frutificar.
É tempo de a guerra erradicar!
É tempo de a hipocrisia destruir!
É tempo de a indiferença caducar!
É tempo de a intolerância iludir!
É tempo de o preconceito terminar!
É tempo de o futuro precaver!
É tempo de nossas crianças preparar,
de a ninguém deixar violentar,
de só de alegria ouvir chorar,
de quem odeia começar a amar,
de quem despreza, considerar,
do intolerante, tolerar,
de, enfim, o mundo metamorfosear.

António Castel-Branco

Sintra, 01/05/2006


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fazer o que ainda não foi feito
Pedro Abrunhosa




Sei que me vês
Quando os teus olhos me ignoram
Quando por dentro eu sei que choram
Sabes de mim
Eu sou aquele que se esconde
Sabe de ti, sem saber onde
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Trago-te em mim
Mesmo que chova no verão
Queres dizer sim, mas dizes não
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

E eu sei que dói
Sei como foi andares tão só por essa rua
As vozes que te chamam e tu na tua
Esse teu corpo é o teu porto, é o teu jeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

Sabes quem sou, para onde vou
A vida é curva, não uma linha
As portas que se fecham e eu na minha
A tua sombra é o lugar onde me deito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Tens uma estrada
Tenho uma mão cheia de nada
Somos um todo imperfeito
Tu és inteira e eu desfeito
Vamos fazer o que ainda não foi feito

E eu sou mais do que te invento
Tu és um mundo com mundos por dentro
E temos tanto pra contar
Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Vem nesta noite
Fomos tão longe a vida toda
Somos um beijo que demora
Porque amanhã é sempre tarde demais

Porque amanhã é sempre tarde demais
Porque amanhã é sempre tarde demais
Porque amanhã é sempre tarde demais

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011














Fado


Meu fado é escrever a vida,
enaltecendo o amor,
dando vivas à paz,
olvidando as diárias desditas
que perseguem quem faz
do seu caminho de luz
(sempre esquecendo a dor)
uma constante cruzada,
pugnando por esses valores,
tão caros mas já tão raros.

E no curso da jornada
(sorrindo a orelhas moucas)
sigo sempre com a razão,
pois a pequena semente
que planto com paixão
logo germinará,
libertando a doce fragrância
da pureza do sentir,
e indicando o rumo
(liberto nunca de espinhos)
que todos devemos seguir. 

Mas se por um acaso,
ao fim dos meus dias chegar,
sem conseguir terminar
a busca, a romaria...
então não me buscais.
Sim, não me buscais
em igrejas ou funerais
ou numa campa qualquer,
pois decerto que estarei
ao lado do meu amor
(amparando sua dor?
Não, pois buscarei
que saiba que melhor estou,
pois a todos auxiliarei.)

Não sintam a minha falta.
Pois sempre que o Sol surgir
dos lados do horizonte,
assim eu despertarei,
vindo com o vento do monte...
oiçam a minha voz
no contínuo chilrear
com que os pássaros anunciam
a chegada doutro dia...
sintam o meu sorriso
surgindo sempre na crista
das ondas com que o mar anuncia
a beleza da nossa natureza...
e vejam em cada estrela
que no céu surge a brilhar,
a centelha que conheceram
de amor no meu olhar...
e antes que todos corram
por me querer encontrar,
olhem na vossa alma...
sintam o coração...
pois de guarda estarei.
Se anjo ou duende serei?
Talvez demónio ou rei?
Quiçá?
Apenas sei
que em mim vereis
o vosso guardião.
E nunca, agora ou então,
nunca em qualquer altura,
me procurem nesse lugar,
pois serei tudo e nada,
estarei em todo o local,
nunca nessa sepultura.

António Castel-Branco
Sintra, 28/10/2006
Faça uma pausa.
Conecte-se ao seu Eu Divino
e deixe a sua Alma viajar...


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011













Nova Era

Amor e união
sem cor, credo ou raça,
a chave para a progressão
do homem no Universo,
longe da podridão que grassa
nas deturpadas mentes
que buscam na religião,
na política e na crença,
desculpas para matar,
destruir e mutilar.

Negro, branco ou mestiço,
amarelo ou vermelho,
do Islão, da Cruz ou Nirvana...
todos buscam o Éden,
a paz interior e o amor,
pois só assim vão conseguir
o canhão entupir,
a espingarda calar,
os mísseis destruir...

Só a face serena
de quem a verdade encontra,
de quem conhece a razão
que liberta o coração,
pode a guerra acabar
e os arautos da discórdia,
os profetas da desgraça,
esses demos, calar.

Soltai o grito de alerta,
estendei as mãos de pureza,
sarai as chagas sofridas
de quem sofreu a dureza
da guerra, do desamor...
levai um cálice de esperança
com aroma de alegria,
beijai a face do medo
e abri-vos a um novo dia.
E assim sereis pioneiros
duma era que queremos
de paz, amor e harmonia. 

António Castel-Branco
Sintra, 17/09/2006