sexta-feira, 21 de janeiro de 2011














Sons de Mulher

Lenta e paulatinamente se vai enchendo de sons
arrancados das entranhas dos instrumentos tocados
por dedos que soltam gemidos e acordes em mil tons,
pairando sofridos em bandos ao vento já lançados.

Reabre-se o céu e aumenta a cadência, o ritmo da vida,
lágrimas de sons tombam em melodias apuradas,
molhando os sentidos, embalando a canção já parida,
lavando a alma em chuva de som jamais desafinada.

E ascende alegre, em toda a sua graça e esplendor,
a rainha dos céus, sinfonia completa de amor,
de coração amplo, aberto e tocado por um só ser,

plena de força... sonata nocturna feita sem dor.
E em cânone crescente de ritmos e sons de viver
revela seu tom, nos mostra seu dom, que é o de MULHER.

António Castel-Branc
Sintra, 08/03/2006

1 comentário:

  1. Lindo soneto de meu querido amigo António, aliás, belo soneto de António Castel Branco, chega a ser pleonasmo, pois todos o são...
    Bem haja amigo,
    Marcial

    ResponderEliminar