Sons de Mulher
Lenta e paulatinamente se vai enchendo de sons
arrancados das entranhas dos instrumentos tocados
por dedos que soltam gemidos e acordes em mil tons,
pairando sofridos em bandos ao vento já lançados.
Reabre-se o céu e aumenta a cadência, o ritmo da vida,
lágrimas de sons tombam em melodias apuradas,
molhando os sentidos, embalando a canção já parida,
lavando a alma em chuva de som jamais desafinada.
E ascende alegre, em toda a sua graça e esplendor,
a rainha dos céus, sinfonia completa de amor,
de coração amplo, aberto e tocado por um só ser,
plena de força... sonata nocturna feita sem dor.
E em cânone crescente de ritmos e sons de viver
revela seu tom, nos mostra seu dom, que é o de MULHER.
António Castel-Branc
Sintra, 08/03/2006
Lindo soneto de meu querido amigo António, aliás, belo soneto de António Castel Branco, chega a ser pleonasmo, pois todos o são...
ResponderEliminarBem haja amigo,
Marcial