segunda-feira, 17 de janeiro de 2011












Tu aí!

Tu aí, que choras o amor perdido...
Tu aí, que sentes o coração despedaçado...
Tu aí, que olvidas o carinho recebido...
Tu aí, que ficas agarrada ao passado.
Sim, dirijo-me a ti que definhas...
a ti que te abandonas à tristeza...
a ti que te fazes palco dos desgostos...
a ti que te afastas de toda a beleza.
Tu, que te sentes martirizada...
tu, que te julgas ofendida e humilhada...
tu, vilmente abandonada...
tu, sempre triste e desolada.

E digo-te não!
Não permaneças assim prostrada...
não vivas a mentira do que passou...
não te entregues à demência amargurada...
não ofendas a memória do que amou.
Levanta-te e sorri. Sim, sorri!
Sorri como se desse sorriso
dependesse o futuro da humanidade...
Sorri com a pureza da criança...
Sorri com o carinho dos enamorados...
Sorri com as cores da natureza
que redescobres enfim...
Sorri sempre...
Sente quando sorris
que o teu futuro se abriu...
Sente quando sorris
que o mundo para ti sorriu.
E a sorrir eu digo: sim!
Tu, que enfrentas o mundo a sorrir...
Tu, que crês agora ser capaz...
Tu, que abraças as almas sofridas...
alcançaste, finalmente, o amor e a paz.

António Castel-Branco
Sintra, 09/12/2006

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